O mercado financeiro estima que a taxa Selic terá novo aumento neste ano. Para 2021, a projeção é de aumento para 9,25%. Atualmente, a taxa básica de juros está em 7,75%. As projeções fazem parte da pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira (8).
Selic: Previsão de nova alta este ano e como taxa de juros ficará em 2022 (Imagem: Montagem/FDR)
No começo de dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC fará a última reunião deste ano. Na semana passada, o mercado também havia indicado que a taxa Selic terminaria o ano em 9,25%.
Apesar disso, para o fim de 2022, os economistas aumentam as estimativas para a taxa básica de juros. Eles projetam que o índice chegará a 11% ao ano. Anteriormente, o mercado financeiro havia indicado que a Selic fosse de 10,25% no período.
No fim de 2023, a estimativa do mercado passou de 7,25% para 7,50%. Já para 2024, o projeção aumentou de 6,75% para 7%.
A perspectiva de nova alta nos juros ocorre em meio à proposta do ministro da Economia, Paulo Guedes, de flexibilizar o teto de gastos. Este mecanismo limita a elevação de grande parte das despesas à inflação do ano passado. O intuito do governo é mudar o teto para viabilizar o programa Auxílio Brasil.
Neste ano, a taxa Selic já foi aumentada por seis vezes seguidas. Em março, aconteceu o primeiro reajuste em quase seis anos. Na ocasião, a taxa elevou para 2,75% ao ano.
A projeção de aumento na Selic ocorre depois da proposta do governo em flexibilizar o teto de gastos (Imagem: Montagem/FDR)
A perspectiva de aumento da Selic acompanha o avanço das projeções para a inflação. O mercado financeiro estima que a inflação oficial do país — medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — chegue a 9,33% neste ano. Há um mês, a expectativa era de 8,59%.
A meta de inflação, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), para 2021 é de 3,75%. Contudo, este valor possui uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Ou seja, o índice pode variar entre 2,25% e 5,25%.
Com relação à inflação de 2022, os especialistas acreditam o patamar será de 4,63%. No mês passado, a estimativa era que o IPCA de 2022 fosse de 4,17%. A meta de inflação para o ano que vem é de 3,5%, com a mesma tolerância de 1,5 p.p. para mais e para menos.
A taxa básica de juros é o principal instrumento utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação. Quando o Copom aumenta a Selic, o crédito tende a ficar mais caro — de modo a desestimular a produção e consumo. Com isso, há a possibilidade de conter o aumento dos preços.
Para este ano, os economistas diminuíram a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). A perspectiva passou de 4,94% para 4,93%. O PIB se refere à soma de todos os bens e serviços produzidos no Brasil, de modo a avaliar a o avanço da economia.
Já paro o ano que vem, o mercado financeiro indicou que o aumento do PIB deve ser de 1%. Anteriormente, a perspectiva era de avanço de 1,20% no período. Desde setembro, os especialistas passaram a revisar para baixo a estimativa.
Sobre o dólar, os economistas mantiveram a estimativa para R$ 5,50 no fim deste ano. Do mesmo modo, a perspectiva para taxa de câmbio continua em R$ 5,50.
Com relação à projeção para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil em 2021, o valor segue em US$ 50 bilhões. Para o ano que vem, o relatório também mantém a perspectiva, de US$ 60 bilhões.
Já para o saldo da balança comercial — referente ao total de exportações menos as importações —, o mercado financeiro aumento a perspectiva para 2021. O valor passou de superávit de US$ 70,10 bilhões para US$ 60,25 bilhões. Para 2022, expectativa segue manteve em US$ 63 bilhões de resultado positivo.
Para a realização da pesquisa Focus, são consideradas as perspectivas de mais de 100 instituições do mercado financeiro.